segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

FOME – UM PROBLEMA HUMANITÁRIO



FOME – UM PROBLEMA HUMANITÁRIO


Silvério Ferreira da Silva Filho
  

“Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome”.
                                                                                                                      Mahatma Gandhi


Fonte: c7s.com.br
Vivemos em um mundo globalizado, por outro­ lado, parte da civilização ainda se encontra à margem daquilo que conhecemos por “sociedade”. E uma das maiores causas dessa marginalização, a fome, é resultado da falta de políticas e programas que ajudem os mais desfavorecidos.




Fonte: blogdacomunicacao.com.br
   



Segundo relatório apresentado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) – no biênio 2010-2012 –, quase 870 milhões de pessoas passam fome no mundo, ou seja, 12,5% da população mundial. O mesmo relatório aponta que, somente na América Latina, 49 milhões de pessoas estão nesta situação.


Fonte: topicos.estadao.com.br
Sabe-se também, segundo dados do IBGE, que cerca de 14 milhões de pessoas convivem com a fome no País e mais de 72 milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar (significa que 2 em cada 5 brasileiros, não tem garantia de acesso a uma alimentação de qualidade, numa regularidade tolerável).
No nordeste, a coisa piora mais ainda, atualmente, cerca de 10 milhões de pessoas estão neste estado de miséria extrema. Em nossa região, ainda temos a falta de água para agravar o problema. A seca, com suas terríveis consequências, está matando de sede e de fome crianças, mulheres, homens e animais sem distinção.



Fonte: istoe.com.br

A fome, então, é uma das consequências mais graves de nossa crise social. Sabemos disso, mas você já se deu conta de como, pouco a pouco, estão nos afastando desta realidade?
Estamos usufruindo, cada vez mais, de uma vida cheia de conforto. Não é rara às vezes no dia em que nos deliciamos com as novas tecnologias a baixo custo. Não estou pedindo, nem pressupondo, que todos nós nos afastemos deste mundo moderno. Este novo mundo surgiu, à custa de muito suor, das entranhas das revoluções que nos implantaram uma nova estrutura social. Se superarmos o antigo regime, temos o direito da consonância de nossa ascensão social. Chamo atenção para refletirmos o quanto isso pode nos alienar a ponto de esquecermos a nossa relação com aqueles que precisam de ajuda. Não podemos permitir que nosso desenvolvimento histórico e humano fique somente na criação e exteriorização de si próprio, deixando-nos aquém do processo humanitário.
Por um lado ainda existe uma corrente de pessoas que procuram pelas causas e consequências da miséria e da fome. Cometemos, porém, o erro de, em determinadas circunstâncias, talvez por revolta generalizada, e mesmo coerente, culpados para denunciarmos. O erro ao qual nos impomos é o de que, como crítica profunda, limitamos isso unicamente a colocar a “boca no trombone”. Por outro lado existem também aqueles que não se importam muito com os motivos, mas que, de forma coerente, mas presumidamente “inconsequente”, fazem o que podem para aliviar a fome dos que precisam.
Precisamos ter consciência de nossa função como ser. Essa consciência pode promover-nos ao nível de auxiliador, sobretudo, consciente. No Brasil, estamos presenciando, para nosso bem, uma nova forma de política voltada aos pobres. São os programas de distribuição de renda, como fome zero e bolsa família, no qual as famílias mais pobres recebem uma pequena ajuda financeira mensais. Esses programas geram uma série de críticas partidárias em torno da questão.
Os que são contra afirmam, à luz da análise política, que o programa está muito além das políticas específicas de combate a fome, apresentando interfaces aos interesses partidários do governo implantador.



Fonte: rtp.pt

No entanto, há de se concluir, que a fome e a miséria também devem ser combatidas com essas políticas de inclusão social. Por que assumir o desafio fora destas condições – inclusão social - torna-se uma tarefa indiscutivelmente adversa. Não podemos negar a impulsionada estratégia do governo federal de assegurar o direito humano à alimentação adequada àqueles que possuem dificuldades de acesso aos alimentos. É preciso uma ação integrada.
O que nos incomoda, no entanto, são os que ficam procurando falhas no sistema com o objetivo único de alcançar o poder. Um domínio puramente político. Os críticos destes programas de distribuição acusam os tais partindo do princípio de que o governo busca tirar proveito da miséria alheia e resplandecer como herói do povo. Chagam a chamar vulgarmente de “esmolas do governo”.
Isso parece extremo demais para quem desejar solucionar uma situação tão complicada de um povo carente. Temos que crer em uma política altiva e respeitosa. É mais conveniente entendermos esses programas como de transferência de renda. Marina Silva, quando pré-candidata a presidência em 2010, afirmou: “Não é um programa de assistencialismo. Quem diz que é assistencialismo é porque não sabe o que é passar fome.” De fato quando temos uma doença, e se sentimos desamparado, queremos ser acolhidos por um médico, termos nosso sofrimento aliviado. Compartilhamos a consciência de que não temos estes programas como ideais, mas para aqueles que realmente precisam é um alívio e uma reforma importante para o Brasil. Se mesmos com esses programas sociais federais e estaduais o problema da fome não é solucionado, a solução de simplesmente erradica-los parece explicitamente distante do objetivo. Fornecer cestas básicas não resolve o problema, mas isso é decorrência de uma série de fatores estruturais que já estão arduamente impregnados na sociedade brasileira. Vivemos em um país onde os recordes de produção agrícola se superam no decorrer dos anos, enquanto, de contrapartida, a fome faz parte do convívio de um número alarmante de pessoas.



Fonte: portaldoagronegocio.com.br


Podemos perceber que o Brasil tem as duas condições necessárias para reduzir a fome para números bem menores do que o alarmante atual, num curto período de tempo. A primeira delas é incontestavelmente nossa agricultura, que é capaz de produzir todos os alimentos que precisamos e ainda exportarmos amplamente. A segunda são os recursos necessários para garantir o direito a uma alimentação adequada aos milhões que precisam. Acima de tudo, podemos afirmar que é possível acabarmos com a fome e com as outras mazelas socioeconômicas próprias da ausência de políticas públicas adequadas. O maior impasse é o fato de que, na ausência de uma das duas condições citadas, a outra se torna inexistente, o que nos leva de volta a necessidade de uma atuante política de integração.



Fonte: mda.gov.br


Essa integração pode ser iniciada por nós, cidadãos comuns, individualmente, através de ações no âmbito comunitário para ajudar os desfavorecidos. Estas ações incluem mesmo atividades educativas sobre políticas de temas relacionados à fome, a fim de levar as pessoas à tomada de posições e conscientização. Algumas vezes esses passos serão pequenos, outras serão enormes, mas o mais importante é estar atento e consciente sobre o problema, buscando maneiras de trabalhar para encontrar soluções.



Fonte: tudoglobal.com
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